terça-feira, 29 de março de 2011

Língua portuguesa, você sabe? Eu também achava que sabia tudo...

Você sabe o que é TAUTOLOGIA?
É o mesmo que PLEONASMO ou REDUNDÂNCIA. É o termo usado para definir um dos vícios, e erros, mais comuns de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso "subir para cima" ou o "descer para baixo".
Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir: 


elo de ligação
acabamento final
certeza absoluta
quantia exata
nos dias 8, 9 e 10, inclusive
juntamente com
expressamente proibido
em duas metades iguais
- sintomas indicativos
há anos atrás
vereador da cidade 
outra alternativa
detalhes minuciosos
- a razão é porque
anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
todos foram unânimes
conviver junto
fato real
encarar de frente
multidão de pessoas
amanhecer dia
criação nova
retornar de novo
empréstimo temporário
surpresa inesperada
escolha opcional
- planejar antecipadamente
abertura inaugural
continua a permanecer
a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
propriedade característica
demasiadamente excessivo
a seu critério pessoal
exceder em muito


Note que todas essas repetições são dispensáveis. Por exemplo, "surpresa inesperada". Existe alguma surpresa esperada? Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.
O professor Pasquale (*) alerta, ainda, para outros vícios de linguagem, especialmente nos ditos populares. Pela exaustiva repetição de alguns bordões, as frases vão se modificando e perdendo sua forma original. 
Exemplos:


"Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro".
O correto é: "Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho\no corpo inteiro".


"Batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão".
O correto é: "Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão".


"Cor de burro quando foge".
O correto é: "Corro de burro quando foge".


"Quem tem boca vai a Roma".
O correto é: "Quem tem boca vaia Roma".
(Isso mesmo, do verbo vaiar).


"Cuspido e escarrado".
(Quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa).
O correto é: "Esculpido em carrara".
(Carrara é um tipo de mármore).


"Quem não tem cão, caça com gato".
O correto é: Quem não tem cão caça como gato".
(Ou seja, sozinho).


(*) Pasquale Cipro Neto - Professor de Língua Portuguesa, colunista dos jornais FOLHA DE S. PAULO e O GLOBO. Idealizador e apresentador do programa NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA da TV CULTURA.

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