segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Como as empresas podem sobreviver no mundo atual?

  


  Há algum tempo atrás o reitor do MIT (a maior escola de negócios do mundo), declarou que as empresas para sobreviver no mundo atual devem passar a encarar a anormalidade como padrão. Não podemos, segundo ele, continuar imaginando o mundo racional e perfeito de alguns anos. 
  Em entrevista a revista exame Jim Collins (o mais influente pensador de negócios da atualidade segundo as opiniões) trata do conteúdo do seu novo livro.
  Durante os últimos dez anos ele pesquisou o desempenho de empresas que atuavam em mercados turbulentos e imprevisíveis no período de 1971 à 2002. De todas apenas sete tiveram desempenho excepcional. Os resultados dessas sete empresas apresentaram-se 10 vezes melhores que todas as demais. Ele tenta explicar por que:

1) Há 90 anos duas equipes de exploradores participaram de expedição ao Polo Sul. Uma era liderada por Roald Amundsen. Outra por Robert Scott. Amundsen era obstinado e detalhista. O célebre Scott era um improvisador. Amundsen venceu a neve, a baixa temperatura e um trajeto desconhecido. Chegou e retornou com sua equipe intacta. Scott e seu grupo tiveram destino trágico. Jamais retornaram. Para Jim Collins a resposta explica não o sucesso de um e a derrota de outro. O que explica a performance de Amundsen é a disciplina.

2) Caos e incertezas vão ser a regra daqui para frente e precisamos aprender a lidar com isso

3) Ser mais inovador não leva a grandes resultados e pode até matar. Inovação é muito bom, é algo de que a economia e a sociedade precisam, mas ela sozinha pode ser fatal. O que pode fazer a diferença com a inovação é a combinação de disciplina e criatividade.

4) Apenas 9% das pesquisadas foram pioneiras em seus segmentos. 64% das pioneiras simplesmente sumiram. O nosso estado natural é ser criativo. O que não somos, necessariamente, é disciplinados.

5) Nos tempos turbulentos e imprevisíveis as que se deram melhor foram as que não reagiram primeiro às mudanças. Foram melhores as que pensaram em: quanto tempo temos para tomar uma decisão? De que informações dispomos? As empresas que se deram bem fizeram análises profundas, avaliaram experiências anteriores e não ligaram para o que os outros estavam fazendo.

6) Todas as que se deram bem eram financeiramente conservadoras e sempre tinham mais dinheiro em caixa do que as concorrentes. Quando os momentos turbulentos ou imprevisíveis chegam elas estão sempre em melhores condições que as demais.

7) Os líderes de empresas que se destacaram são obcecados, paranóicos e eternamente insatisfeitos. Trabalhar com eles não deve ser nada agradável.  Mas, ele diz que todos preferem trabalhar para alguém exigente e participar de algo que faz história do que ter um chefe legal e um resultado medíocre.

8) Todos erram. A diferença é que nas companhias que se destacam  seus gestores não repetem o mesmo tipo de erro.

9) Os melhores salários não estavam nas empresas que mais se destacaram.

10) A pressão do curto prazo tem que ser ignorada

11) Bill Gates diz que se tirassem seus 20 melhores profissionais, a Microsoft não seria nada.  Mas isso não quer dizer que ele é complacente ou bonzinho com seus talentos.

12) Para as empresas que se destacaram, ter sido bem-sucedidas no passado não garante o futuro. Elas são paranóicas também. Sempre acham que, em algum momento tudo pode dar errado. Pensam no longo prazo. Suas decisões são voltadas para o futuro e não para o trimestre seguinte.

13) Para ele jamais haverá outro Steve Jobs. Foi único porque seu objetivo era que seu melhor produto fosse a própria Apple. Algo parecido só Walt Disney fez.

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